Enquanto aguardamos a nova temporada de Game of Thrones, nada melhor do que assistir a terceira temporada de The Walking Dead. Pois bem, assim eu pensei... Muito tempo atrás.
A trama de The Walking Dead
começou fantástica, tudo o que um nerd gosta (apocalipse zumbi, luta pela
sobrevivência, etc), porém, foi se tornando aguada e sem graça com o passar dos
tempos. Acontecimentos na trama vivem se repetindo, por meio de personagens que se substituem ao longo da história.
Na primeira temporada vemos o
despertar de Rick Grimes (Andrew Lincoln), um policial incorruptível que havia
sido baleado tempos antes, em um mundo apocalíptico, no qual zumbis caminham
pelas ruas procurando por carne fresca.
Observamos a partir de então que
Rick seria o personagem principal, em busca de sua mulher e filho (Lori e Carl),
que estão em um acampamento de sobreviventes comandado pelo melhor amigo de Rick,
Shane Walsh (Jon Bernthal).
Com o passar dos episódios e
temporadas, Shane demonstra que se tornou um maníaco desiludido com o mundo,
dando a entender que deve fazer qualquer coisa para manter-se vivo e alcançar
seus objetivos, sem se importar com os outros. Tal motivo leva Rick a matá-lo,
tomando para si a liderança do grupo, que até então estava dividida entre os
dois.
Rick, porém, começa a portar-se
como Shane, comportando-se como o antigo amigo. Fala sussurrando, com uma cara
de lunático e os personagens arrumam picuinhas entre si, deixando os zumbis de
lado e levando o telespectador para uma espécie de novela de Manuel Carlos,
ambientada em um mundo pós-apocalíptico. De vez em quando acontece um ataque de
zumbis aqui e acolá, um personagem coadjuvante morre, mas nada de a trama
caminhar.
A terceira temporada trouxe uma
nova trama, com personagens novos e malfeitos. Temos o Governador, um homem
chamado Philip, que lidera uma vila chamada Woodbury, de onde os zumbis são
mantidos afastados. Entretanto, Governador é um homem inexpressivo, o ator (David
Morrissey) não dá a verdadeira vida ao personagem. Desse jeito, a trama vai
caminhando, de modo que cada cena protagonizada pelo Governador é uma chatice,
mesmo quando se trata de uma luta nervosa.
O Governador: personagem inexpressivo na série e metido a galã. À direita, o personagem nos quadrinhos.
O Governador: personagem inexpressivo na série e metido a galã. À direita, o personagem nos quadrinhos.
Outra personagem que não se faz
entender é a matadora de zumbis Michonne (Danai Gurira). Está sempre de cara
feia, toma atitudes sem qualquer predisposição (por exemplo, diz que Woodbury
não é um lugar bom, no entanto, não tem motivos para tanto, ou seja, ela não
havia presenciado nada de errado no lugar, simplesmente chegou a tal conclusão)
e desconfia de tudo.
Ocorrendo um apocalipse zumbi,
creio eu que todos buscariam ajuda e no meio do caos, qualquer local seguro com
pessoas vivas seria bem vindo. A série, no entanto, mostra o contrário. Os
personagens vivem com ódio e medo um do outro, sem motivo. O desenrolar da
série mostra fatos, mas não mostra os motivos. É como se mostrasse a
consequência sem a causa.
Os roteiristas da série devem
estar entediados com o decorrer da história, tanto que a última cena, antes do
breve intervalo da temporada (aquela que deve deixar o telespectador com água
na boca, esperando a continuação) acontece quando o Governador coloca os personagens
coadjuvantes Daryl (Norman Reedus) e Merle (Michael Rooker) em uma arena, entre
vários zumbis. Será que os irmãos farão as pazes e lutarão contra o mal ou se
jogarão aos zumbis?
Pode ser que lá na frente eu engula
as palavras que digitei aqui. Mas até lá, assisto cada episódio entediado, em
busca do desfecho, da cena marcante que nunca vem. Pelo que tudo indica, The
Walking Dead caminha para um Prison Break de zumbis, onde a trama perde seu
propósito. Não me surpreenderia se, no final do próximo episódio, a tela congelasse
no rosto de um personagem, tal como acontece nas novelas por aí.
NOTA: A postagem não representa a
opinião dos organizadores do QUARTEL NERD, apenas a minha.
Por Sir. Vinícius.
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